domingo, agosto 5

A rapariga verde

Hoje finalmente, lá me levaram a um piquenique! Eu merecia. Acho…

Ainda me diverti a dançar Marrabenta e tudo! E fartei-me de rir com os predicados do animador do evento dos vizinhos lá de baixo.

Não fiz muita batota mas acabei por ganhar a jogar ao nóninó melga!

Esta vitória dedico-a aos meus pais, aos meus amigos e em especial ao meu cão que anda lá longe e à cadela que se lembrou de estar coxa e chata!

Tudo correu bem até a altura que senti um olhar espetado em mim.

Quando me voltei era ela.

Uma árvore enorme de cor pardacenta que teimava em querer falar comigo. Não resisti e fui ter com ela.

Acabei deliciada a ouvir as histórias dela e desliguei-me por momentos do grupo dos 7.

Tive alguma dificuldade em ouvi-la. Pedi-lhe que falasse pausadamente. Assim, acreditei eu, conseguia registar tudo mesmo não tendo levado o meu mini portátil.

Fui fiel confidente e prometi divulgar.

Entre muitas outras coisas ela falou-me sobre a Rapariga Verde.

Era uma miúda normal e um dia ao acordar de manhã acordou verde.

Isso mesmo. Toda mas toda verde!

A pele era verde. O cabelo era verde. Os olhos eram verdes. Até o sangue ficou verde e o coração uma massa verde com cablagem toda verde.

Andou uns dias assim. Os amigos acharam graça e gozaram com ela. Ela ria-se e soube-lhe bem ter mudado de cor e ser diferente.

Com o tempo os amigos começaram a estranhar. Um a um foram afastando-se e a inventar desculpas coloridas.

A rapariga verde, de tão verde, ficou verde desesperada.

Quanto mais só mais verde ela ficava.

Um dia, olhou-se ao espelho e já não estranhou. Andava verde com borbotos verdes no cabelo. Aos poucos acabou por florir. Mais tarde cresceram-lhe ramitos na cabeça e o cabelo verde deu lugar a ramos.

Na paragem, enquanto esperava o eléctrico, passou um cão. Deteve-se. Cheirou-a. Levantou a pata e fez uma linha fina de chichi pela perna dela.

Nesse dia, já não foi trabalhar. Ao meio-dia nasceu-lhe a primeira maça. Ao fim da tarde o corpo dela deu lugar a um tronco e os ramos estavam apinhados de maças verdes riscadinhas.

Por sinal cheiravam bem, a maça.

Esta é a história da Rapariga Verde que uma árvore de Monsanto me contou.


Gar

(aposto que agora sim, ficam verdes e não voltam mais!)

6 comentários:

Anónimo disse...

ahh..pois.....
rapariga verde?????????? looooooool

tagarelante disse...

uhm... será que, depois das vacas loucas e da gripe das aves, vem aí uma nova epidemia sob uma forma desconhecida de ictrícia?

e a árvore, q te avisou, mais não era que um profeta disfarçado?

Anónimo disse...

Apesar do doce aroma da maçã verde-riscadinha, o seu travo não conseguia dissimular que o verde da árvore progenitora empalidecera!... não sei se pelo tédio da monocromia, se pela solidão da floresta, ou ainda o alheamento que lhe secava a seiva...
Raizes na terra, ramos a apontar o céu!... nunca a verticalidade assumira forma mais sublime!... porém, a postura causava-lhe a inquietude transferida agora no travo dos seus frutos.
Esta é a história que me contou uma maçã verde-riscadinha.
Bjs
Pipinha

Garamond disse...

Anónimo

Ah pois tá bem?

:p

Gar

Garamond disse...

tagarelante

lol

ó mulher ictricia põe as raparigas amarelas não verdes!

A arvore que me avisou era lindona e dá abraços gostosos isso sim!

Beijos

Gar

Garamond disse...

Pipinha

tás a ver... mais valia comer uma maça que chocolates! hei?

:)

beijos

Gar