terça-feira, junho 21

Mulheres aos pedaços I

Sempre achei que o amor é um sorriso ao virar da esquina, esbarramos acidentalmente nele, soltamos uma risada e continuamos depois a caminhar. Não precisa de ser doloroso nem tão pouco ser sinónimo de sofrimento.

Mas também sei, que há sempre alguém a cada segundo que passa que agoniza na dúvida, na incerteza, no abandono, na rejeição... e mais de uma dezena de outras palavras malditas.

Ora, é nesta altura que tenho uma coisa para vós dizer.

Bem ou mal, por certo ninguém pode negar as dificuldades inerentes à própria acção de amar, muito menos quando se trata de relações entre duas pessoas do mesmo sexo. É difícil. E depois complicamos.

Complicamos sempre. Porque queremos andar de mão dada, porque queremos um carinho no meio da rua. Porque não queremos esconder as fotos. Porque queremos guardar as memórias, as vivências e na maioria dos casos…nem das feridas nos queremos desfazer. Não basta amarmos. Ai pois não. Queremos sempre mais.

E quando o silêncio chega, a cama parece-nos uma ilha. E o aconchego da almofada não nos sacia a fome da outra.

Pergunto sempre, o que nos faz ficar lá atrás no tempo? Presa a quem nos largou?
Ora bem… mudemos de perspectiva…a falta de informação sempre foi o melhor estimulo à nossa imaginação. Quando não temos informação inventamos.
Desejamos não acordar e quando o fazemos que os nossos movimentos sejam de tal forma ténues que nos permita continuar ali, no vazio, sem fazer nada.
Há quem prefira enfrentar os fantasmas. Exorciza-los e excomunga-los chamando-os pelo primeiro nome.
Há quem pura e simplesmente se amarre, não ao passado nem ao objecto do amor, mas à ilusão construída do tempo desse amor distante.

Soltar amarras pode ser tão doloroso como o abrir da mão e deixar escorrer o suor de quem amamos por entre os dedos.

Chama-se crescer. Olhar o copo e perceber que o semi-vazio de hoje é o quase cheio de amanhã.

Chama-se reinventar e colorir a nossa pele. Chama-se amor…simples não é?

Soletra-se assim: A M O R, sempre no meio de um sorriso… conseguem ver a necessidade de ser feliz? Conseguem perceber que o objectivo é sermos felizes?

Então, vá lá pá! Levanta-me esse rabo de onde estás e põe-te a caminho!

Dasseeee, obrigam-me a falar estas merdas…daqui a pouco só me resta entrar para um qualquer convento (desde que a farda seja bonita) e atazanar o juízo a todas as noviças que me aparecerem pela frente!

Já não sei que mais vos dizer… que porra de coisa esta! Não tenho jeito para estas paneleirices, entendem?

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